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Na maioria das vezes, é a falta de conhecimento dos pais sobre o ritual e os apetrechos utilizados para o uso de drogas que faz com que a descoberta seja tardia
A partir de atendimentos clínicos, observa-se que pais e mães levam de 3 a 4 anos para descobrir que os filhos usam drogas. Na maioria das vezes, é a falta de conhecimento dos pais sobre o ritual e os apetrechos utilizados para o uso de drogas que faz com que a descoberta seja tardia.
Em destaque ao Portal Papo de Mãe, a psicóloga Ana Café, especializada na prevenção do uso de drogas, deu algumas dicas para os pais observarem comportamentos que possam identificar o uso de drogas em crianças e adolescentes.
Alguns dos comportamentos dos jovens usuários incluem:
- Tentar aparentar normalidade;
- Ficar fora de casa por longos períodos para que o efeito da substância consumida passe;
- Evitar o contato com os pais;
- Desviar o olhar;
- Dormir fora de casa;
- Boca seca ou com saliva espumosa;
- Pontas dos dedos amareladas ou queimadas;
- Uso de odores para camuflar o cheiro como perfumes, desodorante spray, produtos de limpeza ou incensos;
- Ataques à geladeira;
- Sono excessivo e distorção de tempo e de espaço.
De acordo com a psicóloga, “geralmente, o uso moderado de cocaína e outras drogas costuma passar despercebido, pois os sintomas são menos exuberantes que os da maconha”. Ela alerta que o efeito da cocaína pode, muitas vezes, “ser confundido com o da bebida e é importante também checar o hálito”.
Além da lista acima, Ana Café destaca outros hábitos comuns de fácil identificação, como o uso de isqueiros, papel de seda, cachimbos, caixinhas para guardar “guimbas”, saquinhos plásticos ou pequenos pacotes, latas, frascos, lenços ou sacos plásticos.
“Existem várias motivações que levam esse adolescente a usar algum tipo de droga, mas a que vem sendo identificada com frequência, é a de questionar a autoridade maternal e paternal dentro da própria liberdade que o adolescente busca ter”, afirma a especialista.
A psicóloga Ana Café assegura que “cabe aos pais ensinar princípios éticos e morais, sem achar que os filhos irão errar”. Ela considera que “muitos pais se sentem traídos pelos filhos ao descobrirem que eles estão usando drogas, mas que, na verdade, eles estão perdidos em si mesmos”.
Ela conclui observando que eles tentam descobrir quem são e descobrir a melhor forma de ser. “Morremos de medo das crianças atravessarem a rua, mas não podemos deixar nossos jovens-crianças atravessarem sozinhas essa estrada que vai da adolescência à fase adulta. É preciso cuidado.”
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